Seminário Afirmações das Diversidades 2024
Última modificação: Sábado, 25 de janeiro de 2025
Relatório-manifesto
Os trabalhos do IV Seminário Afirmação das Diversidades iniciaram-se com a saudação das entidades presentes, Diretorias Geral e dos Campi da Região Metropolitana de Belo Horizonte, representantes de coletivos negros e a própria Coordenadoria dirigindo os trabalhos da mesa. Em seguida, o prof. Dr. José Eustáquio de Brito, da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) ministrou a palestra “Vozes pela Equidade Racial na Educação: Direitos Humanos e Cidadania”. O primeiro dia encerrou-se com a intervenção artístico-cultural do grupo “Mulheres Negras – Voz e Violão”.
A plenária geral do IV Seminário Afirmação das Diversidades discutiu as impressões dos minicursos ofertados no turno da manhã.
O minicurso “Corpo, cultura e educação”, ministrado pelo professor Adriano Gonçalves discutiu a questão da insuficiência da educação física nas escolas, pois em geral não se considera o corpo presente em todos os espaços, sendo a escola construída de forma a considerar apenas a mente como uma abstração sem corpo, que é uma ficção. Além disso, nos espaços onde há educação física, ela não é convidativa para determinados corpos, segmentados em recortes de gênero, raça e classe.
O minicurso “ Gênero, Juventudes e Diversidade sexual” ministrado pela Juliana Viana abordou a questão da evolução do conceito de juventude, problematizando o entendimento do jovem como recepctáculo de um empreendimento civilizatório praticados por instituições como escolas, presídios, movimentos escotistas. Abordou também a necessidade de a escola ser receptiva com as comunidades LGBTQIA+, como no uso de banheiros onde
O minicurso “Desafios e Perspectivas na Aplicação da Legislação Penal Antirracista no Brasil” ministrado pelos Drs Gilberto e William problematizou os retrocessos em termos de direitos das populações vulneráveis, principalmente negras, exemplificando a questão da restrição das possibilidades legais do aborto, as reformas trabalhistas que culminaram por exemplo, na escala 6×1, e no aprofundamento dos trabalhos análogos à escravidão que também atinge majoritariamente pessoas negras. Problematizou-se também a questão do racismo institucional, que leva a que há poucas pessoas negras nos cargos diretivos de grandes corporações. Foi enfatizado o caráter criminal do racismo, que deve ser entendido com a mesma gravidade de outros crimes do código penal, considerando que a legislação penal tende a criminalizar pessoas negras como a extinta lei da vadiagem e as atuais leis de execução penal.
Os participantes presentes apontaram que ainda existem desafios a serem superados na escola, como a questão do etarismo e do racismo e a questão da ausência de espaço para manifestação de diversidades culturais de outras culturas, como a capoeira, ou espaços de descanso e de movimento de corpos após as aulas. Também a questão do acesso das pessoas negras na escola é dificultada, e evidenciada pelas fotoa e registros oficiais da escola.
O presente manifesto foi aprovado por aclamação em plenário.